novembro 12, 2012

Robert Pattinson fala como foi 'crescer diante das câmeras'

'É como se o Ed fosse um irmão gêmeo', diz  Pattinson, sobre seu personagem na saga - Divulgação

'Não se pode controlar tudo'

Em entrevista exclusiva, Robert Pattinson fala de como foi 'crescer diante das câmeras'


Quatro anos, cinco longas, US$ 2,5 bilhões de renda arrecadada só com ingressos vendidos em todo o mundo, o primeiro twitter de um filme a ter mais de 1 milhão de seguidores. E uma lição a tirar de um dos fenômenos da cultura pop dos últimos tempos: "Aprendi que não podemos controlar de tudo - muito menos da saga. Há mais de quatro anos, quando iniciamos a filmar, não achava que teria essa dimensão", contou Robert ‘Edward’ Pattinson ao Estado em Los Angeles há uma semana.

'É como se o Ed fosse um irmão gêmeo', diz Pattinson, sobre seu personagem na saga

Pattinson parece ter aprendido que não pode controlar nem mesmo seus vícios. A cada pergunta, traga seu cigarro elétrico, passa as mãos nos cabelos e, então, responde. "Dizem que esta versão elétrica faz menos mal. Espero", brinca.

Para quem há pouco enfrentou sozinho a mídia e aos paparazzi com a elegância e sangue frio de um veterano o incidente ‘traição de Kristen Stewart’ (com o diretor Rupert Sanders, em julho), o ator de 26 anos até parece ter controle de (quase) tudo. "Estes meses têm sido um grande aprendizado", diz.

No último episódio da saga, que estreia mundialmente na quinta, Pattinson/Edward aprende também que não é possível controlar a própria mulher. Em Amanhecer - Parte 2, Bella é uma vampira e se descobre forte, com poder de criar um campo de força à sua volta, crucial para proteger a filha Renesmee (meio vampira, meio humana) e Edward na batalha final contra os Volturi. Sobre esses temas Pattinson deu a seguinte entrevista:

É clichê, mas como se sente com o fim da série? Mas você não precisa perguntar. É só dar um Google (risos).

Boa ideia. E em vez disso podemos falar sobre Paraty. Isso! Adoro Paraty! A única coisa chata é que, quando estávamos filmando Amanhecer lá, havia muitos paparazzi. Sempre me pergunto: como voltar lá por conta própria, sem ser reconhecido?

Como sentiu o fim de Amanhecer? É engraçado falar do fim agora, filmamos o último episódio há um ano e meio. E me perguntam isso desde o terceiro filme (Eclipse). Acho um bom fim para a saga.

O mundo viu você e os outros atores praticamente crescerem diante das câmeras. E as filmagens de Amanhecer 1 e 2 duraram nove meses, é como gerar uma criança! É exaustivo. Quando comecei, tinha 21 anos, fazendo o papel de um garoto de 17. Hoje tenho quase 27. Cheguei a ponto de não saber mais quem eu era antes de ser o Edward.

E sua carreira fora da saga? Mudei muito nesses anos. Meu primeiro filme após Crepúsculo foi Lembranças, até hoje o único em que o personagem é próximo de quem eu realmente sou, um cara "normal". Mas não foi difícil voltar ao Edward. Trabalhei muito para criá-lo antes do primeiro filme. É como se o Ed fosse um irmão gêmeo.

Sente responsabilidade de ser modelo para os jovens? Sim e tenho comigo responsabilidade igual. Quero ser bom mais do que os fãs querem que eu seja. Tento sempre acrescentar algo, dar outra perspectiva ao filme.

Há algo que, sem pieguice, possa dizer que aprendeu? Aprendi muito com o desenvolvimento do Edward. Na vida, a gente não pode controlar tudo. E no filme ele aprende deixar ser. Sua vida fica mais fácil. Essa a grande lição que tirei e apliquei nos últimos meses da minha vida, que não foram fáceis. Já pensei em processar um paparazzi que não saía da frente da minha casa. Mas desisti. Não se pode vencer sempre nem se apegar demais a planos de vida.

Você disse que sua cena preferida da parte 1 de Amanhecer era do parto de Renesmee: você não podia fazer nada, só apoiar Bella. Uma boa forma de aprender a não controlar tudo é filmar com criança. É preciso ir conforme a vontade do bebê. O mesmo vale para Ed. Quando ele só tinha Bella, queria ter certeza de que tudo estava sempre bem. Quando o bebê nasce, entende que às vezes devemos agir por instinto e confiar. E isso é libertador.

E você, que sempre lutou por Bella, agora luta por sua filha. Sim, agora há uma família. É engraçado que a batalha final seja a única que ele ganha em toda a série. É ridículo, ele sempre perde e Bella sempre o salva. Pelo menos uma vez ele vence!

E a cena de batalha de Amanhecer, que é diferente do livro? Adoro. Li o roteiro antes do livro e pensei: "Este final não é como o dos outros! Vai ser incrível, todo mundo morre, só sobra a Bella no fim!" E me decepcionei ao descobrir que era um sonho. Mas acho que é uma boa solução para a dinâmica do filme.

Desta vez há a primeira cena de sexo em que vocês são vampiros e ‘iguais’. Como foi filmá-la? Ainda não vi o filme e espero que tenha ficado boa. Filmamos as duas cenas de sexo (a primeira deles, logo depois do casamento e esta, depois de Bella ter se tornado vampira) na mesma semana, com dois dias de diferença. A primeira tinha de ser gentil, sutil... E a segunda, só dois dias depois, tinha de ser "amor entre vampiros, a coisa mais incrível do mundo!", totalmente diferente. Filmamos as duas cenas de sexo (a primeira deles, logo depois do casamento e esta) na mesma semana. A primeira tinha de ser sutil... A segunda tinha que ser ‘amor entre vampiros, a coisa mais incrível do mundo!" Foi difícil porque ainda éramos as mesmas pessoas! Até o Condon (Bill, diretor) estava sem jeito de nos dizer como deveríamos fazer. Ficou. Há muitos closes, mas não ‘mostra nada’.

Ah, você sabe... Censura 13 anos.

Como você pensa que os fãs vão se sentir com o fim da saga? Satisfeitos? Você faria outro filme daqui a alguns anos? Espero que fiquem felizes. Acho que é um fim bem sólido. Lembro que ao sair o último livro, houve muita controvérsia. Agora os fãs já estão acostumados. E voltaria ao set. Fico curioso para saber o que Stephenie (Meyer, autora da saga) fará em seguida.

Qual sua melhor memória desses anos? Tudo no primeiro filme era estranho e novo. Todos estavam no mesmo estágio da carreira. Havia o sentimento de que "isso pode se tornar algo grande". Ninguém sabia, mas havia a excitação de fazer um primeiro filme não convencional e muito bom. Conhecer todos, criar laços... Foi muito especial. Significou meus 20 anos.

E qual a pior coisa? As lentes de contato. Eram horríveis. Todo mundo reclamava! Chegava a atrapalhar o trabalho.

Quais seus próximos planos? Rodo em janeiro um filme em que meu personagem tem problemas mentais. É desafiador. Depois vou rodar Mission: Blacklist, no Iraque.

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