ELENCO
David Cronenberg e seu colaborador de longa data, o diretor de elenco Deirdre Bowen, reuniram um elenco notável, com talentos da América, Canadá, Inglaterra e França. O roteiro é dirigido pelo personagem, e muito da trama envolve curtos e intensos encontros entre o protagonista e os personagens secundários. O diálogo é fundamental e muitas vezes exigente. A personalidade de Eric Packer e a jornada psicológica se desdobra em uma série de interações estreitas com as pessoas da cosmópolis – seus empregados, amantes e inimigos. A escolha do ator principal era crucial, é claro, e porque o resto do elenco teria que trabalhar rapidamente mas intimamente com o ator principal, os papéis coadjuvantes também exigiam forte elenco.
“Escolher o elenco é uma arte”, proclama David Cronenberg. “Você pode matar o seu filme por cometer um erro antes mesmo de gravá-lo.” Quando o nome de Robert Pattinson foi proposto para o papel principal de Packer, Cronenberg viu muito de seu trabalho, incluindo o papel do jovem ator como Salvador Dali em Little Ashes – e ele foi vendido: “Rob foi o ator mais interessante e emocionante sugerido para Cosmopolis e eu sabia que ele traria algo maravilhoso para a tela – talvez algo que ele ainda não sabia que ele tinha”. Sob a direção de David, Robert apresenta uma tensa e contida performance. Na verdade, Robert nota que ele nunca se sentiu “usado a esse grau como um ator”, e seu colega de elenco Paul Giamatti descreve a escolhe de Robert como “genial”.
COADJUVANTES
Cronenberg assegurou a Pattinson seu apoio de direção na criação de um autêntico Eric Packer. Ele também prometeu “atores fantásticos” para trabalhar em Cosmopolis – e foram entregues. Além do magistral Paul Giamatti, Robert atua com o elenco de novos talentos como Sarah Gadon e Jay Baruchel e franceses brilhantes como Juliette Binoche e Mathieu Amalric. Pattinson resume o elenco: “Todos os atores vêm de origens diferentes, têm personalidades diferentes e todos fizeram tipos completamente diferentes de filmes. Eles não sabiam muito sobre o filme, mas todo mundo quer trabalhar com David e é por isso que estamos aqui.”
ESTILO DO DIRETOR
Há muitas maneiras de se dirigir um filme. A maneira de Cronenberg não envolve ensaio, diálogo improvisado ou usar storyboards: “Eu quero que os atores tenham conteúdo em como eles se movem pelo set; a sua linguagem corporal é tão importante quanto o diálogo.” Só após esse tempo no set sozinho com os atores que eles trazem a equipe no set e realizam a cena como uma peça de teatro.
Com a natureza episódica de Cosmópolis, e sem ensaio, os atores entravam por uns dois dias, não sabendo o tom estilístico. Pattinson apreciou o método de Cronenberg: “Houve um processo natural de conhecer um ao outro que funcionou brilhantemente, especialmente neste filme, onde há tantas cenas longas com muito diálogo, tom obscuro e ritmo. Geralmente, ele escolhia quando aparentava certo para mim e ele sempre gostava daqueles takes.”
Cronenberg esclarece: “Especialmente com um ator experiente como Paul Giamatti há tantas camadas, tanta profundidade, níveis de emoção que ele pode transmitir em uma parte do diálogo – que é fascinante – e me dá a sensação de como gravar. Seja de perto ou de longe, para ver uma visão detalhada da linguagem corporal. “
Giamatti achou a experiência no set de Cronenberg “libertadora”. Ele explica: “Eu nunca trabalhei com um diretor tão confiante, que tem a coragem de assumir a responsabilidade total pelo filme, que tira a pressão como ator, então você está livre para fazer o que quiser.”
Pattinson comenta sobre David como um autor: “Nunca parecia que Davi tomava notas dos produtores para tornar o filme apelativo para um quadrante determinado. É compreensível, quando acontece, mas é realmente apenas por causa de David que um filme como este pode ser feito. Eu realmente me senti como um ator no filme e senti como se eu fosse uma parte de uma criação, ao invés de apenas um monte de coisas colocadas junto com música grudada.”
A LIMUSINE DE ONZE PARTES
Sob a direção do Designer de Produção Arv Greywal, duas limusines brancas imaculadas foram adquiridas para criar o cenário principal do filme. A primeira é vista em cenas externas de Eric entrando e saindo da limusine, dirigindo pelas ruas da cidade, em um motim na Times Square. Este carro é eventualmente vandalizado, espancado e queimado, geralmente espelhando o colapso do próprio Packer e queda para a destruição.
O segundo carro foi prontamente esculpido em onze partes. Cada peça foi customizada e modulada, assim ele separaria para facilitar a gravação de vários ângulos dentro da limusine contra uma tela verde. Na pós-produção, a equipe de efeitos Mr. X. Visual iria transformar a tela verde nas ruas de Manhattan até o outro lado da cidade.
As limitações de espaço fizeram com que Cronenberg não pudesse estar lá com os atores. Então, ele ouvia com fones de ouvido e se comunicava através de um sistema de intercomunicação enquanto assistia a ação em um monitor. Claro, ele estava a apenas alguns metros de distância deles e falava com eles pessoalmente boa parte do tempo.
Robert Pattinson constatou que o sistema funcionou muito bem: “Eu estava em um carro a maior parte do tempo e David estava fora nos monitores e comunicadores, e ele ainda era incrivelmente sensível a cada pequena coisa que fazíamos, mesmo quando não estávamos conscientes disso. Ele sempre parecia pegar as coisas quando elas estavam ficando interessante, e isso foi muito reconfortante.”
Além disso, Pattinson achou que gravar no carro ajudou a sua caracterização de Eric: “Tornei-me familiarizado com o carro e confortável em meu lugar, enquanto cada um dos outros atores tinha que entrar e descobrir tudo por si só. Todo mundo se sentiu estranho no ‘meu’ domínio.”
Dada a natureza da história, esta parece uma dinâmica adequada para se trabalhar. Houve, no entanto, um elemento claustrofóbico que fez gravar na limusine uma tarefa não muito fácil, diz Samantha Morton: “Realmente o papel mais desafiador que eu já tive! Tanto diálogo na minha cabeça e a limusine em movimento e pessoas correndo! Graças a Deus pela voz reconfortante de David no comunicador!”Além disso, a maioria dos atores aparece apenas na limusine.
Cronenberg brincou que esta era a sua versão de Das Boot e encorajou as pessoas a ver Lebanon, que ocorre em um tanque.
Depois de gravar a maior parte na limusine por mais de um mês, Pattinson achou “refrescante” sair e trabalhar com outros atores experimentando um novo set experimentando com ele no espaço Benno e a barbearia, também meticulosamente criado set por Arv Greywal e sua equipe .
GUARDA-ROUPA
Com um personagem principal de mesmo guarda-roupa por todo o filme, a figurinista Denise Cronenberg reconheceu a necessidade de escolhas perfeitas – e várias delas – desde o primeiro dia. Gucci deu conta do recado: sete ternos pretos com corte slim, camisa branca e gravata preta, cintos e sapatos. Denise comenta: “Eu precisava de vários trajes para o personagem de Rob então qualquer escolha criativa e qualquer possível acidente com roupas durante a gravação, estaríamos preparados.”
ADAPTAÇÃO (Não menciosa Rob nesta parte, mas muito interessante sobre o filme)
Quando perguntado como Cosmopolis entrou em sua vida, David Cronenberg sorri: “Cosmopolis é um daqueles presentes que saem do nada”, do tipo que se espera, mas que são raros. Paulo Branco – um reconhecido produtor português que Cronenberg conhecia, mas nunca havia encontrado – chegou a ele com os direitos de Cosmopolis de DeLillo. Branco pensou que David era perfeito para adaptá-lo: “Eu sabia que o talento artístico de David iria equilibrar a sensibilidade do romance e a violência na tela.”
David conhecia o trabalho de DeLillo, mas não Cosmopolis. Em dois dias ele leu e concordou em escrever a adaptação e dirigir o filme. David escreveu o roteiro em surpreendente seis dias. “Adaptar Cosmopolis foi tão bem porque o livro de Don tem um núcleo de cinema com o diálogo mais incrível que se mantinha por si só, então eu passei os três primeiros dias transcrevendo o diálogo e os próximos três dias preenchendo as descrições das cenas. E é basicamente o script que filmamos.”
No entanto, Cronenberg reconhece que “reinventar a história para o cinema… de um jeito estranho eu acho que você tem que trair o livro a fim de permanecer fiel a ele.” David explica que algum material no romance não se traduziria na tela: “Especificamente, há muito que se passa dentro da cabeça de alguns personagens, e isso não é algo que um filme pode fazer sem uma narração, o que para mim não é a solução. Acho que o filme deve se sentir como o livro, então eu estava muito preparado para ser brutal em cortar coisas para preservar a essência da história.” Apesar de David intimamente aderir ao que o produtor Martin Katz chama a obra de DeLillo, “terrível concentração de reflexivo, inteligente, teatral e teatral diálogo”, a história teve de ser alterada para a tela. Por causa das mudanças, David alertou os atores contra a leitura do romance. No entanto, DeLillo apoiou todo o processo de filmagem e disse a Cronenberg que aprovava o script quando eles se encontraram no Estoril de Paulo Branco
Cosmopolis de Don DeLillo foi publicado em 2003 e parecia prever eventos que ocorreriam em 2008 e além – atividade criminal em Wall Street, os escândalos do FMI, o impacto da tecnologia nas flutuações do mercado, e as crises das economias americana e europeia.
Cronenberg nota, “Foi assustador, quase estranho trabalhar em Cosmopolis porque muito do interpretado era realidade.” Por exemplo, os protestos anti-globalização do romance em paralelo ao movimentos de Ocupação global, um dos quais ocorreu a poucos quarteirões do estúdio em Toronto enquanto Cosmopolis estava filmando. O diretor chama o romance de DeLillo “profético em que ele praticamente previu a crise econômica, mas está tudo absolutamente fresco agora.” Quanto a DeLillo, quando ele o exibiu pela primeira vez, ele declarou que Cosmopolis era um “grande filme”, do qual que estava “orgulhoso em fazer parte.”
Fonte: robpattinson
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